terça-feira, 10 de agosto de 2010

Rádio gritado

Talvez eu seja ainda um dos poucos ouvintes de rádio no Brasil. Talvez.
Gosto de ouvir o noticiário, de saber das coisas que ocorrem em nosso país.
Enquanto a maioria das pessoas dirige seus carros ouvindo música, o dial do meu rádio está sintonizado em notícias.
É verdade que as emissoras que transmitem notícias estão escasseando. Hoje, para cada uma delas, existem três ou quatro pertencentes a entidades religiosas.
O problema de ouvir noticiário são os comerciais, cada vez mais gritados. É quase impossível se ouvir um comercial gravado em tom de voz normal. O pessoal que cria para rádio imagina que esse tipo de comunicação só funciona se for estridente.
Quando a televisão surgiu no Brasil, houve um aproveitamento do pessoal de rádio – que levou inicialmente para a telinha o jeitão de fazer rádio no Brasil.
Agora, parece ocorrer o contrário: foi a televisão que disparou os primeiros comerciais de varejo e de supermercados gritados, a tal ponto que a gente acaba tirando o som na hora dos comerciais.
Ainda bem que existe o controle remoto!
Desta vez foi o rádio que copiou a televisão. No pior sentido.
Aos gritos, dificilmente vai sobrar alguma emissora “que toca notícias” no Brasil.

Nenhum comentário: