terça-feira, 10 de agosto de 2010

Falando de publicidade

As faculdades de comunicação continuam despejando todos os anos centenas e centenas de formandos, mas se esquecem de avisar os jovens de que este é um mercado saturado por todos os poros.
Fica muito difícil para eles conseguirem estágios, ainda mais agora que a legislação acabou dando uma paulada nas empresas, impondo regras que são muito mais onerosas do que o resultado que esses jovens conseguiriam produzir.
Por outro lado, alguns formandos dão sorte, pois há agências trocando gente experiente por jovenzinhos do tipo “eu sei”, “eu faço”, “eu aconteço”, resultando nessa caqueira de comerciais que a gente tem de engolir. Engolir só, não. Ouvir os berros e gritos nos comerciais de varejo, criados por pobres aprendizes, sem a mínima sensibilidade ótica (nem tampouco óptica).
Empresas pequenas e médias também têm contratado essa rapaziada, colocam um computador e um programa gráfico nas mãos deles, o dono comanda a “criação dos reclames” e ambos assim colaboram com a cada vez maior baixa de qualidade dos materiais de publicidade.
É só assistir aos comerciais da tevê aberta e olhar em volta para os outdoors e a publicidade exterior. Enquanto os criativos são respeitados em países europeus e nos Estados Unidos, criando o novo, o diferente, o espetacular – conseguindo resultados crescentes para seus clientes – aqui se vive o lugar comum, o feio, a cópia, a “chupada”, o dejá-vù, o trivial. Com pouco ou nenhum resultado concreto.
O marqueteiro do Barack Obama foi capaz de mostrar o novo: contratou pela bagatela de US$5 mi meia hora de horário nobre de várias redes de tevê americanas para colocar no ar um “comercial” do seu cliente, candidato à presidência dos EUA. Inovaram, souberam negociar (o custo real seria pelo menos três vezes maior), emplacaram enorme audiência e os resultados se fizeram notar no dia da eleição.
Ainda bem que inventaram o controle remoto. Ele serve para abaixar o volume, mudar de canal e principalmente nos fazer safar do circo de horrores em que se transformou boa parte da comunicação publicitária.

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