terça-feira, 10 de agosto de 2010

O governo e as orgias publicitárias

Em outubro do ano passado, os jornais publicavam a meta estabelecida pelo governo federal de disponibilizar em 2009 verbas de R$ 547,4 milhões com comunicação social, além R$ 480 milhões pela Petrobrás, distribuída por 5.297 veículos de comunicação.
Pois os gastos do ano passado chegaram na realidade a R$ 1,17 bilhão, distribuídos por 7.047 veículos de comunicação de todo o País.
Só com a publicidade institucional da Presidência da República, destinada a difundir a marca e os feitos do governo, foram gastos R$ 124 milhões no ano passado. Televisão, jornal, rádio e revistas, nesta ordem, foram os meios que mais receberam recursos em 2009. Para emissoras de TV, foram destinados R$ 759,5 milhões, 64% do total. Jornais receberam R$ 115,4 milhões e rádios, R$ 104 milhões.
Quem colocar a cabeça para raciocinar pode tirar várias conclusões:
- Algumas poucas agências selecionadas pelo governo estão faturando os tubos!
- 7.047 veículos de comunicação em todo o Brasil jamais falarão mal nem do governo Lula nem da pré-candidata Dilma, sob pena de perderem suas dadivosas cotas. Por isso, caro leitor, não acredite demais naquilo que os veículos de comunicação divulgam e comentam sobre o governo e sobre a oposição. Eles podem estar “cooptados” por tais verbas.
- Não existe o menor controle sobre as contas públicas. Uma orgia de verbas dessas em uma empresa privada causaria a imediata demissão de toda diretoria, do presidente ao secretariado, incluindo o pobre do “office-boy”.
- Nós, pobres mortais brasileiros, estamos trabalhando quase cinco meses por ano para pagar esta orgia publicitária que favorece a... favorece a quem mesmo? A você, leitor? À sua família? Aos seus filhos? A quem?
E só para lembrar: quando se trata de comunicar ações de utilidade pública como campanhas de vacinação, prevenção e outros assuntos de interesse, os veículos de divulgação o fazem gratuitamente, sem custos. Deu para entender a jogada?

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