quinta-feira, 16 de agosto de 2018

O poder financeiro nas relações agência/cliente


Após tantas décadas dedicadas ao trabalho publicitário, algumas lembranças afloram à cabeça. Como, por exemplo, a amarga experiência que tivemos com um dos nossos clientes. Era uma das maiores empresas de irrigação agrícola do país. 
Até o dia em que minha agência começou a atendê-la, introduzidos que fomos por um amigo, a empresa jamais se utilizara de profissionais da propaganda.
Fizemos um planejamento, executamos a criação e iniciamos uma campanha em revistas dirigidas, entre elas o Dirigente Rural, na época pertencente à Editora Abril. A surpresa do diretor da revista foi tão grande que acabei sendo convidado para um almoço no "roof" da editora, onde se encontrava o big boss Victor Civita.
Até aquele momento tratávamos com os diretores da empresa, que promoveram uma reestruturação. Graças aos resultados da campanha, contrataram um gerente de marketing, que veio com um cardápio pronto e tinha ligações com a R... Publicidade. Poucos dias depois e para nossa surpresa ele tratou  de romper nosso contrato. Perdemos o cliente!
Descobrimos pouco tempo depois que a R... Publicidade havia presenteado o gerente com um Fusca zerinho, dias após ele ter sido contratado, uma forma de "comprar" a conta. Nosso poder de barganha não dava para tanto. 
Era o poder financeiro em ação.

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