segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Do que eu escapei!

O Daily Mail, jornal chinês, nos deu conta de que um publicitário chinês de 24 anos morreu após uma jornada fatigante de trabalho, em Pequim.

Li Yuan trabalhava na agência Ogilvy & Mather China. Segundo o jornall, o publicitário estava trabalhando até as 23 horas todos os dias, há um mês. No dia do colapso, ele teve um ataque de choro por volta das 17h (horário local), caiu e teve um ataque cardíaco fulminante. Levado ao Peking Union Medical College, ele já chegou em óbito.
 
Para quem acha que a profissão de publicitário é apenas glamurosa, com os homens sempre rodeados de mulheres lindas, circulando com carrões, roupas de grife e posando nas fotos de colunas sociais, esta historinha chinesa está colocando os pontos nos is. Eu mesmo perdi a contagem de quantos e quantos dias estiquei o trabalho até as primeiras horas da madrugada seguinte para terminar campanhas de clientes; quantos chás de cadeira tomei aguardando um cliente prepotente me atender em sua sala de mandonismo; de quantos congestionamentos enfrentei no pesado trânsito paulistano, angustiado para não chegar atrasado a uma reunião; de quantos “chapéus” financeiros sofri dos maus pagadores; de como foi difícil enfrentar a inflação desenfreada que dominava o Brasil, corrompendo nossos ganhos e fazendo o faturamento virar pó, dificultando inclusive o pagamento de salários dos funcionários; de quantas campanhas foram criadas à-toa, descobrindo que éramos apenas os bois de piranha para justificar o trabalho de outra agência já previamente escolhida (tipo cunhado do presidente da empresa).
 
Publicidade não é para os fracos. Além de criatividade, ideias, arrojo, coragem e capacidade de realizações, a profissão exige físico e mente muito fortes. Ou se sucumbe exatamente como o infeliz chinês Li Yuan.

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